O projeto ‘Ecomuseu: um território, um
patrimônio, uma comunidade’, do Centro de Estudos da Cultura Popular (CECP),
foi um dos 57 escolhidos na Seleção Pública Comunidades, da Petrobras. Havia
297 projetos inscritos de abril a julho deste ano e 218 foram avaliados e 33 do
Estado de São Paulo aprovados. Os projetos têm cunho socioambiental e são
voltados para comunidades próximas às unidades da Petrobras nos estados do
Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
A proposta do CEC é implantar um ecomuseu
ou museu comunitário no bairro Campos de São José, na região leste da cidade,
com a finalidade de salvaguardar os usos e costumes tradicionais dos moradores
do local. As ações previstas visam incentivar os ‘saberes’ e ‘fazeres’ da
comunidade, bem como estimular o uso sustentável dos recursos disponíveis.
“O ecomuseu propicia a ampliação do campo
de possibilidades de construção da identidade. Faz isto ao fomentar no cidadão
a consciência do valor de sua cultura. De maneira geral, as ações
ecomuseológicas visam o empoderamento do indivíduo para que ele possa exercer
de maneira ativa e consciente sua cidadania”, explicou Maria Siqueira Santos,
historiadora e coordenadora do projeto.
Conceito
O conceito de ecomuseu está inserido nas
discussões apresentadas pela nova museologia, desde a década de 1970. É um modelo
que se diferencia do tradicional em três aspectos: em relação ao espaço,
conteúdo e público. Resulta de um movimento que possui preocupações de ordem
científica, cultural, social e econômica; e se utiliza de todos os recursos da
museologia, como coleta, conservação, pesquisa, restituição/difusão e criação.
Enquanto o museu tradicional requer um
edifício para exposição do acervo cultural que será apreciado pelo público, o
ecomuseu se volta para o território, “musealizando” os objetos de uso
cotidiano, contando com a participação colaborativa e criadora dos moradores
para sua viabilização. Ele manifesta as relações dos homens entre si e entre a
natureza, por meio desse mesmo espaço ao longo do tempo.
O acervo é dinâmico, formado por bens
imóveis não construídos, espaços naturais, bens imóveis construídos, bens
móveis, objetos que o homem utiliza ou inventa para resolver as questões
práticas da vida cotidiana.
Implantação
Diversas ações serão implantadas para
alcançar os objetivos propostos como seminários temáticos, oficinas com três
segmentos da população (terceira idade, mulheres e jovens), encontros semanais
da equipe com a população do bairro para coleta de dados sobre cultura popular,
feiras para promoção dos saberes e fazeres da comunidade e formação de um
comitê para envolver as lideranças da comunidade nas ações de gestão do
Ecomuseu.
Com relação às oficinas, cada grupo
trabalhará com temas específicos. Com a terceira idade, o tema será memória,
com as mulheres os ‘saberes’ e ‘fazeres’ do cotidiano, com os jovens o tema
será educomunicação, em que se produzirá jornal comunitário, blog e
documentário sobre o bairro e as ações do ecomuseu. Essas oficinas serão
dirigidas por convidados.
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